Não há prova de "homicídio premeditado" no caso Pistorius
O campeão paralímpico Oscar Pistorius, julgado há seis meses pela morte da namorada, garante ter confundido Reeva Steenkamp com um assaltante. O atleta já se encontra no tribunal de Pretória onde chegou em silêncio e pálido, tendo sido recebido por uma multidão de jornalistas.
A juíza, que começou a ler o veredicto por volta das 8.30 de Lisboa (mais uma hora em Pretória), disse que Pistorius usou a sua arma "conscientemente". De acordo com a juíza, "Ele decidiu pegar na arma, ou seja, ele tomou uma decisão consciente. O tribunal acredita que, naquele momento, o acusado era capaz de distinguir entre o bem e o mal". Thokozile Masipa indicou ainda que Pistorius "foi uma muito má testemunha e mostrou-se evasivo".
Sobre às testemunhas no processo do atleta, garantiu não ter qualquer dúvida sobre a sua honestidade, tendo-lhes agradecido "terem sacrificado o seu tempo e dinheiro para dinheiro a justiça".
Mas sublinhou que os vizinhos de Pistorius se enganaram na interpretação do que ouviram. "O depoimento desta testemunha [Michelle Burger, que vivia na mansão ao lado da do atleta] e do seu marido foram criticado com razão [pela defesa]. Devem ser rejeitados na totalidade", garantiu a juíza.
Pistorius, de 27 anos, amputado das duas pernas desde os 11 meses de idade, ganhou fama mundial ao participar nos Jogos Olímpicos de Londres, tendo-se tornado no primeiro atleta paralímpicos a participar numas olimpíadas em igualdade de circunstâncias com os restantes atletas.
O sul-africano é suspeito da morte de Reeva Steenkamp, de 29 anos, que baleou mortalmente a 14 de fevereiro de 2013 na sua casa. Pistorius garante que a confundiu com um assaltante.
Caso seja considerado culpado de homicídio com premeditação arrisca uma pena de 25 anos de prisão.